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MEU COLEGA

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Estou em casa, na rua, ou no trabalho, me perguntam o que estou fazendo.
E vou respondendo. “Muito trabalho”, e a pessoa ainda sem saber, fica  olhando para frente em silêncio, provavelmente criando coragem para perguntar. Qual trabalho? E repeti  achando que não escutei, querendo provavelmente que eu responda rápido. E já me surge um pensamento de resposta. 

Outra vez vou tentar convencer esse outro conhecido, porque o que eu faço é muito valioso para minha vida, e isso talvez ele não entenda.

Inicio gaguejando, mas nem sou gago! Continuo, e fico perguntando como convencer este colega que há muito tempo não a vejo.
Trabalho com arte, “teatro”. Também faço documentários.
Sem olhar nos seus olhos, finalizo a minha resposta olhando para beirada de sua boca. Ele  com um sorriso leve fala, “legal”.
O legal e o riso talvez fosse um consolo, mas acho que ele me olha como se eu fosse um ser de outro planeta perdido na terra.

Posso também entender que sou muito corajoso, porque se estivéssemos em outra cultura, isso seria muito interessante, e quem sabe lucrativo. Provavelmente  o meu colega teria coragem a trabalhar com arte.   
Mas do outro lado se olharmos estamos no Brasil e pagamos aluguel em Goiás. E nossa historia resume em poucas palavras. (...)

Sem assunto, quase tocando ombro a ombro,  pensei fazer a mesma pergunta, mas resolvi rápido e logo já pensei de não continuar. Mas acho que ele escutou os meus pensamentos e sem perguntar.  
Já foi falando... Sem saber se eu queria escutar. “Trabalho no escritório da Cervejaria Sol e por conta de muitos trabalhos, estou saindo agora do serviço. Pretendo tomar um banho e assistir um jogo.”
Assim termina o dia do meu colega. Enquanto a minha nem começou, quando a gente escolhe a viver autônomo e com algumas liberdades, a gente deixa muitas outras coisas, principalmente o descanso.

Quando vamos preparando para se despedir, falo do meu espetáculo que acontecerá no dia 05,06 de maio de 2016, no centro cultural da UFG. Próximo à praça universitária, que ele nem sabe como chegar.
Mas se resolvo perguntar a quantos anos vive aqui na cidade, provavelmente demoraria mais duas horas a nossa conversa, então resolvi não perguntar.  

Com as mãos abertas cumprimentamos, e com um sorriso falei como sempre. “Sucesso!”
Ele olhou para trás e pediu o meu  endereço no “facebook”, prometendo que iria curtir e comentar.
Respondendo com voz alta terminei. “Estarei divulgando na sua página, para você levar a sua família.”

Ele virou o rosto e terminou despedindo “falou meu bhother”.  








Comentários

  1. Bom demaisss, grande companheiro... tanto o conteúdo quanto a forma... e o fato!!!!

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